• Valmir Jorge: "Cresci nas ruas. Meu pai me abandonou. Minha mãe teve de trabalhar num cabaré. Mas venci."

  • 2024/11/12
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Valmir Jorge: "Cresci nas ruas. Meu pai me abandonou. Minha mãe teve de trabalhar num cabaré. Mas venci."

  • サマリー

  • Valmir Jorge é uma força da natureza.

    Por décadas usou seus dreadlocks, suas camisas coloridas.

    E sempre um sorriso largo, confiante.

    Tinha tudo para se queixar da vida, mas seguia firme.

    Ninguém poderia imaginar o que viveu.

    Enfrentou enormes dificuldades desde que nasceu, em São José do Rio Pardo, interior de São Paulo. Seu pai sumiu deixando sua mãe grávida, que foi expulsa de casa. Sem condições financeiras, sem apoio, sem profissão, a mãe se viu obrigada a trabalhar em um cabaré, já em Dracena.

    O filho, Valmir, de dois anos, foi morar com uma família, de origem italiana, com educação muito rígida. "Eu era o único negro da minha comunidade. Era difícil. Apelidos. Rejeição dos pais da namorada." Racismo no seu estado mais cruel, nas décadas de 60, 70.

    Desde os seis anos colhia café, algodão, amendoim. Até que aos dez anos começou a trabalhar entregando jornal. Não tinha sobrenome de família no registro. Só Valmir Jorge.

    Aos 13 anos, sua mãe reapareceu. E o quis de volta. O levou para São José dos Campos. Valmir não quis ficar com a mulher, que era uma 'estranha' para ele. Ele fugiu. A mãe adotiva não o quis de volta, com medo das autoridades. Passou a viver nas ruas de Dracena.

    Dormindo em carros abandonados ou dentro da oficina de amigos. Até que foi obrigado pelo Juizado de Menores a voltar a viver com a mãe em São José dos Campos.

    Ficou até os 18 anos trabalhando em uma padaria.

    Estudou até a 5ª série apenas. Conheceu o pai biológico só aos 54 anos.

    "Tenho seis filhos e sou para eles o pai que não tive."

    A vida foi dura. O jornalismo o resgatou. Começou a trabalhar em um jornal. E vivia corrigindo a pronúncia de locutores, falando inglês, em uma rádio. Logo juntou as duas paixões, o jornalismo e o microfone.

    Sua carreira foi fulminante. Virou plantão esportivo. Sua voz na rádio Clube de São José dos Campos chamou a atenção na rádio Bandeirantes. E sua carreira deslanchou. Teve uma briga histórica na transmissão de São Paulo e Palmeiras, no Morumbi. Trocou socos, rolou com o operador da rádio.

    Fez a Copa de 1994, nos Estados Unidos. Virou correspondente. Se aprimorou no idioma. Se apaixonou pelo país. Resolveu ficar. Virou vocalista de uma banda de reggae. Seu grupo foi contratado pela Coca-Cola. Gravou um CD.

    Voltou para o Brasil. Estava na primeira equipe de transmissão de futebol na FM, na Band. Depois decidiu apostar na música. Voltou ao jornalismo esportivo. Trabalhou no SBT, na rádio Capital, na Paiquerê, na Transcontinental.

    "Sou preto, batalhei pelo meu espaço. E por isso, posso falar. Não aceito cotas para negros. Trabalha quem tem competência."


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あらすじ・解説

Valmir Jorge é uma força da natureza.

Por décadas usou seus dreadlocks, suas camisas coloridas.

E sempre um sorriso largo, confiante.

Tinha tudo para se queixar da vida, mas seguia firme.

Ninguém poderia imaginar o que viveu.

Enfrentou enormes dificuldades desde que nasceu, em São José do Rio Pardo, interior de São Paulo. Seu pai sumiu deixando sua mãe grávida, que foi expulsa de casa. Sem condições financeiras, sem apoio, sem profissão, a mãe se viu obrigada a trabalhar em um cabaré, já em Dracena.

O filho, Valmir, de dois anos, foi morar com uma família, de origem italiana, com educação muito rígida. "Eu era o único negro da minha comunidade. Era difícil. Apelidos. Rejeição dos pais da namorada." Racismo no seu estado mais cruel, nas décadas de 60, 70.

Desde os seis anos colhia café, algodão, amendoim. Até que aos dez anos começou a trabalhar entregando jornal. Não tinha sobrenome de família no registro. Só Valmir Jorge.

Aos 13 anos, sua mãe reapareceu. E o quis de volta. O levou para São José dos Campos. Valmir não quis ficar com a mulher, que era uma 'estranha' para ele. Ele fugiu. A mãe adotiva não o quis de volta, com medo das autoridades. Passou a viver nas ruas de Dracena.

Dormindo em carros abandonados ou dentro da oficina de amigos. Até que foi obrigado pelo Juizado de Menores a voltar a viver com a mãe em São José dos Campos.

Ficou até os 18 anos trabalhando em uma padaria.

Estudou até a 5ª série apenas. Conheceu o pai biológico só aos 54 anos.

"Tenho seis filhos e sou para eles o pai que não tive."

A vida foi dura. O jornalismo o resgatou. Começou a trabalhar em um jornal. E vivia corrigindo a pronúncia de locutores, falando inglês, em uma rádio. Logo juntou as duas paixões, o jornalismo e o microfone.

Sua carreira foi fulminante. Virou plantão esportivo. Sua voz na rádio Clube de São José dos Campos chamou a atenção na rádio Bandeirantes. E sua carreira deslanchou. Teve uma briga histórica na transmissão de São Paulo e Palmeiras, no Morumbi. Trocou socos, rolou com o operador da rádio.

Fez a Copa de 1994, nos Estados Unidos. Virou correspondente. Se aprimorou no idioma. Se apaixonou pelo país. Resolveu ficar. Virou vocalista de uma banda de reggae. Seu grupo foi contratado pela Coca-Cola. Gravou um CD.

Voltou para o Brasil. Estava na primeira equipe de transmissão de futebol na FM, na Band. Depois decidiu apostar na música. Voltou ao jornalismo esportivo. Trabalhou no SBT, na rádio Capital, na Paiquerê, na Transcontinental.

"Sou preto, batalhei pelo meu espaço. E por isso, posso falar. Não aceito cotas para negros. Trabalha quem tem competência."


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