• 2/3: Objectivo Conacri, visar o PAIGC e SékouTouré

  • 2024/09/19
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2/3: Objectivo Conacri, visar o PAIGC e SékouTouré

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  • O objectivo da operação comandada por Portugal era visar o PAIGC e SékouTouré. Acompanhe aqui o relato das operações de 22 de Novembro de 1970 com todos os lados implicados nesta operação relâmpago secreta a Conacri, uma noite lendária que ficou para a História. A RFI continua a explorar os meandros da Operação Mar Verde e a invasão a 22 de Novembro de 1970 de Conacri numa operação militar secreta portuguesa com o apoio de dissidentes da República da Guiné.Para além de se visar o regime de Sékou Touré na linha de mira de Lisboa estava o PAIGC que beneficiava em Conacri da sua principal base de actuação.É verdade que desde 1963 os portugueses não têm tréguas com os ataques da guerrilha.Alexandre Carvalho Neto, secretário do governador da então Guiné portuguesa, o general Spínola, no final dos anos 60, testemunhava à RTP, a dimensão que a guerra contra o PAIGC tinha vindo a assumir.Eu cheguei a Bissau e ouvia-se regularmente, não direi todos os dias, mas pelo menos todas as semanas, ataques a Tite, que era do lado de lá do rio Geba. Nós ouvíamos os ataques.Do outro lado dessa guerra, o PAIGC, na voz de Francisca Pereira, admitia que a frente Sul, contígua à Guiné Conacri, era palco das maiores operações da sua guerra de libertação e a respectiva repressão pelos portugueses.Não foi nada fácil. Foi o período de grande bombardeamento, grande assalto na Frente Sul. Eu assisti a assaltos terríveis que fechava a nossa entrada da fronteira da Guiné-Conacri, onde nós nos abastecíamos.Prender o brilhante engenheiro agrónomo que lidera o PAIGC, Amílcar Cabral, através de uma incursão a Conacri que permitiria aniquilar os meios navais do movimento e libertar os presos portugueses ali detidos torna-se uma ideia que acaba por seduzir o general Spínola.26 presos portugueses estavam detidos em Conacri pelo PAIGC, incluindo o sargento-aviador António Lobato, o preso mais antigo da guerra dita colonial, detido há sete anos, um verdadeiro símbolo.Numa entrevista a Carol Valade ele descrevia as condições da sua detenção em Conacri.É indescritível. A minha cela tinha um bloco de cimento com um colchão de palha em cima e dois baldes: um balde com água que servia para me lavar e, se eu quisesse, para beber, e um outro balde exactamente igual, para fazer as minhas necessidades.O general Spínola, não obstante a sua política “Por uma Guiné melhor” como governador do território não consegue nem convencer Lisboa de qualquer negociação com Cabral nem tão pouco dizimar o PAIGC que granjeia cada vez mais apoios internacionais, adquirindo cada vez mais armamento sofisticado.O comandante de mar e guerra português Costa Correia, que comandou um dos seis navios que vão participar na operação, comenta o que terá acabado Spínola por se deixar convencer perante uma operação como a Mar Verde. Em 1969 houve uma tentativa do general Spínola de, verificando que era muito difícil obter uma vitória militar plena na Guiné-Bissau, tentou chegar à fala com o PAIGC, o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde. E, inclusivamente, encarregou três majores e um alferes do Exército português de entrarem em contacto com dirigentes do PAIGC, no sentido de obter um acordo militar que neutralizasse uma parte dos opositores ao regime.Simplesmente, houve, talvez intenções subjacentes nas cúpulas do PAIGC que levaram a que os majores fossem assassinados quando se dirigiam para o local do encontro. E o general Spínola, que era grande amigo deles e que os considerava excelentes oficiais, ficou realmente indignado. E a partir daí, assim, a atitude dele ao chegar a uma solução pré-política terá mudado e então tornou-se mais receptivo à ideia que Alpoim Calvão lhe apresentou. No sentido de se concretizar um golpe de Estado na Guiné-Conacri, que apoiava muito mais o PAIGC do que propriamente o Senegal. E que nele estivesse incluída a libertação dos prisioneiros portugueses que estavam numa prisão em Conacri. Terá sido isso que, psicologicamente e politicamente, levou à mudança de atitude do general Spínola. Enquanto isso o próprio Léopold Sedar Senghor, presidente do vizinho Senegal, teria recebido os opositores a Sékou Touré da FLNG a quem teria, mesmo, sugerido, que se entendessem com os portugueses para tentar derrubar o chefe de Estado da Guiné Conacri.A revelação consta do livro de José Matos “Ataque a Conakry: história de um golpe falhado” da editora Fronteira do caos.Eu encontrei aqui nos Arquivos Portugueses um documento que nos mostra uma reunião entre dois dirigentes importantes da Frente que vão a Dacar e que têm, de facto, uma reunião com o presidente Senghor. Onde claramente o presidente Senghor lhes diz que compreende a acção que vai ser tomada, ou pelo menos compreendem as intenções que existem de derrubar o Presidente Sékou Touré. E até chega mesmo a sugerir esses dois dirigentes do "...
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あらすじ・解説

O objectivo da operação comandada por Portugal era visar o PAIGC e SékouTouré. Acompanhe aqui o relato das operações de 22 de Novembro de 1970 com todos os lados implicados nesta operação relâmpago secreta a Conacri, uma noite lendária que ficou para a História. A RFI continua a explorar os meandros da Operação Mar Verde e a invasão a 22 de Novembro de 1970 de Conacri numa operação militar secreta portuguesa com o apoio de dissidentes da República da Guiné.Para além de se visar o regime de Sékou Touré na linha de mira de Lisboa estava o PAIGC que beneficiava em Conacri da sua principal base de actuação.É verdade que desde 1963 os portugueses não têm tréguas com os ataques da guerrilha.Alexandre Carvalho Neto, secretário do governador da então Guiné portuguesa, o general Spínola, no final dos anos 60, testemunhava à RTP, a dimensão que a guerra contra o PAIGC tinha vindo a assumir.Eu cheguei a Bissau e ouvia-se regularmente, não direi todos os dias, mas pelo menos todas as semanas, ataques a Tite, que era do lado de lá do rio Geba. Nós ouvíamos os ataques.Do outro lado dessa guerra, o PAIGC, na voz de Francisca Pereira, admitia que a frente Sul, contígua à Guiné Conacri, era palco das maiores operações da sua guerra de libertação e a respectiva repressão pelos portugueses.Não foi nada fácil. Foi o período de grande bombardeamento, grande assalto na Frente Sul. Eu assisti a assaltos terríveis que fechava a nossa entrada da fronteira da Guiné-Conacri, onde nós nos abastecíamos.Prender o brilhante engenheiro agrónomo que lidera o PAIGC, Amílcar Cabral, através de uma incursão a Conacri que permitiria aniquilar os meios navais do movimento e libertar os presos portugueses ali detidos torna-se uma ideia que acaba por seduzir o general Spínola.26 presos portugueses estavam detidos em Conacri pelo PAIGC, incluindo o sargento-aviador António Lobato, o preso mais antigo da guerra dita colonial, detido há sete anos, um verdadeiro símbolo.Numa entrevista a Carol Valade ele descrevia as condições da sua detenção em Conacri.É indescritível. A minha cela tinha um bloco de cimento com um colchão de palha em cima e dois baldes: um balde com água que servia para me lavar e, se eu quisesse, para beber, e um outro balde exactamente igual, para fazer as minhas necessidades.O general Spínola, não obstante a sua política “Por uma Guiné melhor” como governador do território não consegue nem convencer Lisboa de qualquer negociação com Cabral nem tão pouco dizimar o PAIGC que granjeia cada vez mais apoios internacionais, adquirindo cada vez mais armamento sofisticado.O comandante de mar e guerra português Costa Correia, que comandou um dos seis navios que vão participar na operação, comenta o que terá acabado Spínola por se deixar convencer perante uma operação como a Mar Verde. Em 1969 houve uma tentativa do general Spínola de, verificando que era muito difícil obter uma vitória militar plena na Guiné-Bissau, tentou chegar à fala com o PAIGC, o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde. E, inclusivamente, encarregou três majores e um alferes do Exército português de entrarem em contacto com dirigentes do PAIGC, no sentido de obter um acordo militar que neutralizasse uma parte dos opositores ao regime.Simplesmente, houve, talvez intenções subjacentes nas cúpulas do PAIGC que levaram a que os majores fossem assassinados quando se dirigiam para o local do encontro. E o general Spínola, que era grande amigo deles e que os considerava excelentes oficiais, ficou realmente indignado. E a partir daí, assim, a atitude dele ao chegar a uma solução pré-política terá mudado e então tornou-se mais receptivo à ideia que Alpoim Calvão lhe apresentou. No sentido de se concretizar um golpe de Estado na Guiné-Conacri, que apoiava muito mais o PAIGC do que propriamente o Senegal. E que nele estivesse incluída a libertação dos prisioneiros portugueses que estavam numa prisão em Conacri. Terá sido isso que, psicologicamente e politicamente, levou à mudança de atitude do general Spínola. Enquanto isso o próprio Léopold Sedar Senghor, presidente do vizinho Senegal, teria recebido os opositores a Sékou Touré da FLNG a quem teria, mesmo, sugerido, que se entendessem com os portugueses para tentar derrubar o chefe de Estado da Guiné Conacri.A revelação consta do livro de José Matos “Ataque a Conakry: história de um golpe falhado” da editora Fronteira do caos.Eu encontrei aqui nos Arquivos Portugueses um documento que nos mostra uma reunião entre dois dirigentes importantes da Frente que vão a Dacar e que têm, de facto, uma reunião com o presidente Senghor. Onde claramente o presidente Senghor lhes diz que compreende a acção que vai ser tomada, ou pelo menos compreendem as intenções que existem de derrubar o Presidente Sékou Touré. E até chega mesmo a sugerir esses dois dirigentes do "...

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