• EP#42: Os impactos da mudança de políticas do Meta

  • 2025/02/05
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EP#42: Os impactos da mudança de políticas do Meta

  • サマリー

  • Um dia após a certificação da vitória de Donald Trump no Congresso Americano, o presidente da Meta, Mark Zuckerberg, anunciou mudanças significativas na política de verificação de informações da empresa. Segundo ele, a plataforma “deixará de investir amplamente em parcerias com organizações independentes de checagem de fatos, adotando critérios mais brandos para identificação de conteúdos falsos ou enganosos em suas plataformas, como Facebook e Instagram”. Essa decisão marca uma guinada em relação à postura rígida da empresa em 2020, quando, em resposta à crescente disseminação de fake news durante as eleições norte-americanas e à pandemia de COVID-19, ampliou parcerias com checadores e implementou sistemas robustos para limitar o alcance de desinformação.


    O retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos adiciona uma camada de complexidade a essa decisão. Trump sempre foi crítico das políticas de moderação das Big Techs, defendendo maior liberdade de expressão nas plataformas, mesmo diante de conteúdos potencialmente danosos. Especialistas apontam que a Meta esteja tentando se alinhar a um cenário político mais favorável à flexibilização de regulações, antecipando possíveis mudanças legislativas e judiciais que possam impactar diretamente seu modelo de negócios.


    No contexto brasileiro, o impacto dessas alterações já é evidente. A recente resposta da Meta à Advocacia-Geral da União (AGU) deixou claro que a empresa não pretende ceder às pressões do governo brasileiro por maior moderação de conteúdos relacionados a discurso de ódio e desinformação. As primeiras manifestações dos ministros da Suprema Corte brasileira foram no sentido de cautela, alertando que a plataforma precisa se adaptar à legislação brasileira para poder operar em território brasileiro.


    No plano jurídico, a Meta argumentou em sua resposta à AGU que sua política global deve ser respeitada em cada jurisdição, defendendo “a liberdade de expressão como valor universal”. No entanto, especialistas têm destacado que essa abordagem pode abrir portas para a disseminação de conteúdos tóxicos e desinformação em massa. A flexibilização dos critérios de moderação é preocupante, dado o cenário atual de elevada polarização política e a fragilidade informacional em países como o Brasil.


    Relatório da OCDE “Fatos, Não Mentiras”, publicado em 2024, destaca como a integridade da informação é essencial para preservar a democracia e proteger a sociedade de riscos associados à desinformação e manipulação informacional. Dentre 21 países, o Brasil obteve a pior performance ao identificar se as informações são verdadeiras, com apenas 54% da população conseguindo distinguir entre conteúdos verdadeiros e falsos.



    Quais serão os impactos dessa mudança de postura da meta? Essas alterações podem piorar a qualidade do ambiente digital? Em que medida o anúncio foi um gesto mais político do que uma alteração global de sua lógica de negócio? Quais os riscos que a plataforma pode enfrentar em países como o Brasil e em regiões com legislação mais consolidada, como a União Europeia? Essas e outras perguntas vão guiar nosso debate no episódio de hoje. Vem com a gente.


    Apresentação: Ana Frazão e Caitlin Mulholland

    Produção: José Jance Marques

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あらすじ・解説

Um dia após a certificação da vitória de Donald Trump no Congresso Americano, o presidente da Meta, Mark Zuckerberg, anunciou mudanças significativas na política de verificação de informações da empresa. Segundo ele, a plataforma “deixará de investir amplamente em parcerias com organizações independentes de checagem de fatos, adotando critérios mais brandos para identificação de conteúdos falsos ou enganosos em suas plataformas, como Facebook e Instagram”. Essa decisão marca uma guinada em relação à postura rígida da empresa em 2020, quando, em resposta à crescente disseminação de fake news durante as eleições norte-americanas e à pandemia de COVID-19, ampliou parcerias com checadores e implementou sistemas robustos para limitar o alcance de desinformação.


O retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos adiciona uma camada de complexidade a essa decisão. Trump sempre foi crítico das políticas de moderação das Big Techs, defendendo maior liberdade de expressão nas plataformas, mesmo diante de conteúdos potencialmente danosos. Especialistas apontam que a Meta esteja tentando se alinhar a um cenário político mais favorável à flexibilização de regulações, antecipando possíveis mudanças legislativas e judiciais que possam impactar diretamente seu modelo de negócios.


No contexto brasileiro, o impacto dessas alterações já é evidente. A recente resposta da Meta à Advocacia-Geral da União (AGU) deixou claro que a empresa não pretende ceder às pressões do governo brasileiro por maior moderação de conteúdos relacionados a discurso de ódio e desinformação. As primeiras manifestações dos ministros da Suprema Corte brasileira foram no sentido de cautela, alertando que a plataforma precisa se adaptar à legislação brasileira para poder operar em território brasileiro.


No plano jurídico, a Meta argumentou em sua resposta à AGU que sua política global deve ser respeitada em cada jurisdição, defendendo “a liberdade de expressão como valor universal”. No entanto, especialistas têm destacado que essa abordagem pode abrir portas para a disseminação de conteúdos tóxicos e desinformação em massa. A flexibilização dos critérios de moderação é preocupante, dado o cenário atual de elevada polarização política e a fragilidade informacional em países como o Brasil.


Relatório da OCDE “Fatos, Não Mentiras”, publicado em 2024, destaca como a integridade da informação é essencial para preservar a democracia e proteger a sociedade de riscos associados à desinformação e manipulação informacional. Dentre 21 países, o Brasil obteve a pior performance ao identificar se as informações são verdadeiras, com apenas 54% da população conseguindo distinguir entre conteúdos verdadeiros e falsos.



Quais serão os impactos dessa mudança de postura da meta? Essas alterações podem piorar a qualidade do ambiente digital? Em que medida o anúncio foi um gesto mais político do que uma alteração global de sua lógica de negócio? Quais os riscos que a plataforma pode enfrentar em países como o Brasil e em regiões com legislação mais consolidada, como a União Europeia? Essas e outras perguntas vão guiar nosso debate no episódio de hoje. Vem com a gente.


Apresentação: Ana Frazão e Caitlin Mulholland

Produção: José Jance Marques

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