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Episódio # 03 - Distopia, Utopia e Heteronímia: F.P. e a dimensão algorítmica do theatrum mundi neopagão
- 2025/02/10
- 再生時間: 1 時間 4 分
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サマリー
あらすじ・解説
O conceito de distopia (do grego, δυσ+τόπος) exprime 'dificuldade, dor, privação, infelicidade'+ 'lugar'. Portanto, 'distopia' quer dizer 'lugar infeliz, mau', usualmente, opondo-se ao conceito de ‘utopia’ (do grego, οὐ+τόπος), o qual designa ‘não-lugar’. Neste podcast (áudio de um Seminário de Verão que leccionámos), tecemos uma breve reflexão em torno das temáticas da «Distopia/Utopia» por relação à matriz neopagã do pensamento (heteronímico) e obras de Fernando Pessoa, isto a partir de todas as investigações de recolha, organização, transcrição e edição que temos feito a partir do seu espólio (BN/E3) e biblioteca (desde o início dos anos 90 do século passado) e, desde logo, no nosso último livro/ebook «O Regresso dos Deuses. Fernando Pessoa e o Ideal Neo-Pagão: Edição e Estudo» (https://play.google.com/store/books/details?id=8av-EAAAQBAJ). Com efeito, a matriz algorítmica da «quadratura do círculo» heteronímico (como a temos designado) obedece a uma dupla viagem «u-tópica» (dialecticamente «não-distópica») de realização experiencial («sentindo tudo de todas as maneiras»), a saber: Precisamente, de um «laborar» (labora, ora) mitogenético, antropogónico e gnóstico, encarados, simultânea e dialecticamente, a nível individual e colectivo. Ou seja, uma de cariz orgânico e genético, construindo uma arquitectura genealógica assente no processo (dionisíaco/apolíneo) de individuação e de Consciência (que tratámos na nossa investigação e tese de Mestrado em Filosofia – FLUL, 1990); outra, de cariz transcendental, fundamentada colectivamente na edificação de um Império da Cultura —, sendo no diálogo entre estas duas dimensões que se institui, quer a «alquimia» gnóstica e neopagã, quer o projecto teleológico do paradigma dis-tópico/u-tópico em Fernando Pessoa e, com eles, a dimensão algorítmica do theatrum mundi neopagão.