Começa hoje uma nova temporada das Leituras de Verão. Todo fim de semana, trazemos duas crônicas em áudio, combinando histórias envolventes e reflexões para aliviar o peso do dia a dia e revelar a beleza que nos cerca.

Neste episódio, o professor Moreno lê os textos Escrito na cera e Povos diferentes.

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Aquiles, consumido pelo luto, passa noites insones e, por vários dias, arrasta o corpo de Heitor pela planície como uma manifestação extrema de sua dor e ira. Incomodados com a profanação, os deuses decidem intervir para que o corpo de Heitor seja devolvido à sua família. Íris é enviada para comunicar o rei Príamo, enquanto Tétis visita Aquiles para persuadi-lo a atender à vontade divina. No acampamento grego, Príamo suplica pelo corpo do filho, evocando o sofrimento de Aquiles pelo pai, em uma das mais tocantes cenas da literatura ocidental. Ao final, o professor Moreno lê a crônica Pais e Filhos, que reflete sobre essa cena.

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Com a morte de Heitor, Aquiles e seus soldados prestam, emocionados, um tributo lúgubre e exótico a Pátroclo. Após um cortejo solene, armam uma grande pira onde queimam, além do corpo do amigo, uma série de oferendas que incluíam comidas, animais e, tenebrosamente, cadáveres de jovens troianos capturados pelos gregos. Neste episódio, que retrata o penúltimo canto da Ilíada, Aquiles, ainda em homenagem a Pátroclo, convoca todos a participarem de jogos, similares ao que posteriormente seriam as Olimpíadas, em que disputam figuras ilustres como Diomedes, Menelau, Antíloco e Ulisses.

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Chegou a hora do grande duelo da Ilíada: Heitor decide travar o combate final contra Aquiles, que está obcecado pelo desejo de vingar a morte de Pátroclo. Quando vão iniciar a luta, Heitor se amedronta e foge, iniciando uma perseguição implacável ao redor da muralha. No Olimpo, Zeus chega a cogitar em dar uma nova chance ao troiano, mas Atena intervém para garantir que o destino seja cumprido. Aquiles vence num combate breve e fatal. Impiedoso, recusa o último pedido de Heitor e submete seu corpo a uma humilhação brutal, arrastando-o diante dos portões de Troia. Do alto das muralhas, os troianos assistem, desolados, à cena que parece antecipar o fim da cidade.

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Após Hefesto subjugar o rio Escamandro com fogo, os deuses perdem a compostura e o conflito explode: Atena derrota Ares e Afrodite, Hera humilha Ártemis, enquanto Poseidon desafia Apolo, que recua. Entre os mortais, Aquiles é distraído por Apolo e afastado da cidade. Mas não por muito tempo: logo, o herói retorna para enfrentar Heitor, que, pressionado pela honra, escolhe lutar, ignorando os apelos desesperados de seus pais.

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Aquiles avança com uma fúria inexorável. O guerreiro massacra sem piedade os troianos, transformando as águas do rio-deus Escamandro em um cenário de carnificina. O professor Moreno mostra que nem mesmo os deuses permanecem indiferentes à sua ira: Escamandro, indignado pela poluição de suas águas, tenta sufocar o herói com uma onda colossal, mas é contido pelo fogo de Hefesto. O episódio revela Aquiles como um verdadeiro anjo da morte, imerso na violência e na aceitação do destino trágico que ele e seus inimigos compartilham.

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Zeus convoca uma reunião no Olimpo e libera os deuses para intervir no conflito em Troia. Mas há uma condição: ninguém deve alterar o destino de Aquiles. Neste dia, ele não pode morrer nem vencer a guerra. Embora inicialmente neutros, os deuses logo se estranham e começam a insuflar guerreiros como Eneias e Heitor a confrontarem o herói. Um episódio que mostra o delicado equilíbrio entre a vontade divina, o futuro dos heróis e a inevitabilidade da morte na batalha.

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Aquiles, após receber de sua mãe Tétis as novas armas forjadas por Hefesto, convoca uma assembleia para anunciar o fim de sua disputa com Agamênon. Desinteressado dos presentes que este lhe ofereceu como compensação, Aquiles só pensa em vingar a morte de Pátroclo. Agora, com sua nova armadura e com os cavalos Xanto e Bálio, esta será a primeira vez, na Ilíada, que ele entrará em combate, consciente de sua morte iminente mas decidido a lutar até o fim.

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